Dólar fecha com maior alta desde julho a R$ 2,03
Moeda norte-americana teve valorização de 0,94% frente ao real
O dólar fechou nesta segunda-feira (17) com a maior alta ante o real desde 3 de julho, ao avançar quase 1% após duas sessões seguidas de queda, com o Banco Central voltando a mostrar sua determinação em manter a moeda norte-americana acima de R$ 2 ao realizar mais um leilão de swap cambial reverso.
A moeda norte-americana teve valorização de 0,94%, a R$ 2,0301 na venda. A alta desta segunda-feira foi a maior desde 3 de julho, quando a divisa subiu 1,58% frente ao real.
Na ocasião, o diretor de política monetária do BC, Aldo Mendes, disse que a moeda abaixo de R$ 2 poderia ser prejudicial à indústria brasileira, e que a autoridade monetária poderia atuar comprando dólares no mercado futuro.
Essa declaração ajudou a consolidar o patamar de R$ 2 como um piso informal para a moeda, perto do qual o BC tem atuado no mercado.
Durante a sessão desta segunda-feira, a moeda registrou a mínima de R$ 2,0153, logo no início da sessão, e a máxima de R$ 2,0345.
O gerente de câmbio da Treviso Corretora Reginaldo Galhardo disse que "o BC atuou antes que o mercado buscasse um patamar mais baixo da moeda, mostrando que está atento. Os investidores andam preocupados com a atuação do BC, mas toda vez que ele deixar o mercado à vontade a moeda deve ir para perto de R$ 2".
— Com uma melhora das condições do cenário externo haverá uma pressão de baixa no dólar. Podemos chegar a um momento em que o BC pode ter que comprar dólar à vista, já que não vai adiantar fazer o swap reverso, que é no mercado futuro.
Ainda segundo o gerente de câmbio, diante da melhora externa, a moeda já poderia estar em R$ 1,90 caso o BC não estivesse atuando no mercado.
Leilão
O leilão de swap reverso realizado nesta sessão teve volume financeiro de US$ 2,17 bilhões, com a venda de 43.500 contratos da oferta de até 70 mil para vencimentos em 1º de novembro e 3 de dezembro de 2012.
No momento do anúncio, o dólar operava em alta, cotado perto de R$ 2,018.
No momento do anúncio, o dólar operava em alta, cotado perto de R$ 2,018.
O BC voltou a atuar com mais força no mercado na semana passada, com um leilão de swap reverso na quarta-feira e dois na sexta-feira, que não foram suficientes para impedir que o dólar caísse, embora o tenham segurado acima de R$ 2.
Autoridades do governo também têm mostrado desejo de impedir um real mais forte, como o ministro da Fazenda, Guido Mantega, por exemplo.
A moeda norte-americana tem experimentado desvalorização no mercado externo em função de um maior otimismo entre investidores principalmente depois que o Federal Reserve, banco central dos EUA, anunciou que comprará US$ 40 bilhões em dívida hipotecária por mês até que as perspectivas de emprego melhorem substancialmente no país.
A ação do Fed injeta liquidez nos mercados, e que pode ser direcionada para países emergentes como o Brasil, com investidores em busca de rendimentos maiores.
